Se há modelos que deixaram marcas na memória dos amantes das duas rodas é a sigla/modelo VFR. Todos nós sabemos os adjectivos associados à VFR tais como, paixão, adrenalina, liberdade, potência. A verdade é que quando nos sentamos e conduzimos uma mota deste segmento Sport Turing todos os nossos sentidos ficam apuradíssimos.

VFR 800F
Todos estes adjectivos são sentidos só de olhar o vermelho Ferrari ( atenção não confirmo esta informação mas assim que a vi lembrei-me dos Ferraris e sua icónica cor vermelha) que nos faz disparar os níveis de ansiedade, ansiando por a experimentar.
Quando esta VFR entra no nosso raio de visão deixamos de olhar para outros sítios pois tem um design muito bem conseguido e bonito. Linhas fluidas misturam-se com a agressividade das ópticas dando a sensação de uma falsa docilidade.
Apenas sugiro à Honda que o dourado das jantes fosse vivo parecido ou mesmo igual à da Integra 750 S.
Sentado nesta VFR800 entro em modo de ataque devido à sua posição inclinada natural deste tipo mota. Sendo uma Sport Turismo a inclinação do corpo não é muito acentuada estando no limite do tolerável.
Nos primeiros metros é notório o agradável binário deste motor VTEC que proporciona um andamento muito relaxado a baixas velocidades. Mas a Honda definiu novas políticas e notei o motor menos agressivo que versões anteriores. Atenção que este motor tem potência mais que suficiente mas no limite das rotações o motor parecia perder alguma energia. Mas nem tudo é mau e a Honda fez o trabalho de casa e apetrechou este motor de uma característica já conhecida do motores VTEC que é o aumento de potência resultante da abertura das válvulas e isto passa-se entre as 7000 e 8000 rpm. Este pequeno aumento de potência acompanhado da alteração da melodia, confirmo que é um vício que deixa marca e só apetece fechar negócio assim que se conclui o test-drive.
A partir deste momento passamos a tentar andar sempre na faixa de rotações onde o VTEC dispara e a melodia se altera e percebemos o quão bem está desenhado o cockpit pois ao centro encontra-se o conta rotações de fácil leitura já preparado para este VTEC. O conta rotações é analógico o que trás alguma nostalgia e não fica nada atrás dos novos e modernos painéis de instrumentos digitais. No entanto todas a outras informações são digitais.
Infelizmente ainda não tenho condições de fazer gravações em movimento, mas gravei um pequeno video do som desta máquina.
Gostei do conforto, mas não gostei do facto de a suspensão dianteira não ser invertida. Penso que está mais que confirmado que a suspensão invertida funciona melhor. Notei um afundamento acentuado da dianteira.
Em contra partida a travagem é tudo o que se pode esperar, potente e segura com a ajuda do ABS. Falando de segurança, a grande maioria das propostas da Honda com mais de 100 CV começa a vir equipada de série com controlo de tracção o que acho excelente pois é uma mais valia para a segurança activa.
Aliado à elevada segurança activa temos um chassis sublime, pronto para enfrentar qualquer tipo de curva e posso confirmar que curvar é o segundo vício que surge ao comando desta VFR. Tanto o quadro como os pneus corresponderam às expectativas e já estava a curvar com uma inclinação impressionante.
Não posso deixar de fazer referência à marca Dunlop que a cada test-drive me tem surpreendido agradavelmente.
Noto que a Honda tenta agradar a todos os clientes e o facto de as suspensões ( traseira e dianteira ) poderem ser afinadas facilmente é prova disso mesmo. O afinador da suspensão traseira está ao pé da peseira do pendura como se pode ver na imagem seguinte.
Depois de descarregar a adrenalina no acelerador comecei a apreciar outros aspectos. Penso que a protecção aerodinâmica poderia ser um pouco melhor já que na sua irmã mais potente, VFR 1200, a protecção é melhor.
Já na chegada à Motodiana reparei em um pormenor do descanso lateral que fica entre a peseira e o selector das velocidades dificultando o acesso ao descanso lateral. No meu ver algo que precisava ser revisto. No entanto fiquei surpreendido por esta proposta da Honda dispor de descanso central que no meu ver é uma mais valia.
Realmente a Honda não deixou o design por mãos alheias e o conjunto faróis em LED, tanto à frente como atrás, são características que reforçam a qualidade desta VFR.
Apenas não gostei da localização da fechadura do banco do pendura na parte traseira pois acho que irá receber muitos resíduos, quando chove, provenientes da roda traseira.
Em conclusão é uma proposta que corresponde às expectativas e é difícil entregá-la novamente no stand. Com um equilíbrio notável é uma proposta que recomendo.
Boas, tenho andado a “namorar” esta mota, no entanto ainda não encontrei em lugar nenhum alguma disponível para um test drive. Não sei se é algo que me possa ajudar, mas não saberá indicar como o posso conseguir?
Agradeço
Viva,
A mota está em Portalegre. Visite a página http://www.s2r.pt/ para ver os contactos.
Cumprimentos