Honda VFR 800X CrossRunner – Test-Drive e Comparação com Yamaha MT-09 Tracer

Desde o test-drive efectuado à Yamaha MT-09 Tracer que ansiava pelo momento de me sentar nesta nova proposta da Honda e poder compara-las nas suas caraterísticas.

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Honda VFR 800X CrossRunner

Agradeço à Motodiana a oportunidade de me deixar testar esta máquina e poder apreciar as evoluções feitas desde o último modelo que testei anteriormente.

crossrunner lado

Quando me desloquei em direcção à CrossRunner não pude deixar de reparar nas semelhanças em relação a sua irmã, a VFR 800F. Mas, como se sabe, o chassis é o mesmo e as semelhanças saltam à vista. Temos por exemplo o mesmo tipo de suspensão frontal e traseira que tem também afinação. O faról frontal é o mesmo, apenas está inserido numa nova carenagem frontal.

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crossrunner leds

Esta nova proposta da Honda tem de origem farois em Led que realmente é uma tecnologia muito interessante. Além do aspecto tecnologicamente avançando proporciona uma melhoria na iluminação da via em percursos nocturnos.

O escape é também semelhante ( ou mesmo igual ao da sua irmã VFR ) no entanto a posição de condução é mais elevada e direita e notei as relações da caixa de velocidades um pouco mais curtas devido também à intenção da Honda de catalogar a CrossRunner de “Fun Bike”.

crossrunner escape

Acho o desing realmente bonito e mais bem conseguido que a anterior versão da CrossRunner e se tivesse que escolher entre a mais bonita ( CrossRunner ou Tracer ) seria uma tarefa difícil.

Ambas proporcionam boa protecção aerodinâmica mas a Tracer tem vantagem de ter vidro regulável em altura no entanto é mais estreito.

Ambas dispoêm de suportes para instalação para malas laterais.

A posição de condução é semelhante em ambas no entanto acho o chassis da Tracer mais refinado e evoluído, proporcionado-me mais confiança em curva que a CrossRunner. Penso que o quadro da Tracer também proporciona mais conforto mas a Tracer tinha as afinações das suspensões mais macias. Na Tracer as peseiras estão um pouco mais para trás do que a CrossRunner. Neste aspecto a CrossRunner ganha o meu voto.

crossrunner chassis

 

crossrunner posicao

Mas onde a Tracer ganha pontos é mesmo na suspensão invertida frontal que está um nível acima desta proposta da Honda.

crossrunner suspensao

Sentado ao volante achei a CrossRunner um pouco mais alta que a Tracer no entanto em relação ao cockpit estão empatadas. Todas as informações estão no sítio certo em ambas as propostas, são de fácil leitura e todas em formato digital.

crossrunner instrumentos

Depois de estar instalado no banco ( mais macio que o da Tracer ) iniciei a agradável motor VTEC que é tudo o que se espera dele. Muito parecido com o da irmã VFR 800X este motor está nas “7 quintas” quando o VTEC dispara mudando de melodia sentindo-se um pequeno impulso de potência. No entanto o VTEC é muito mais pronunciado na versão anterior da CrossRunner. Este motor tem binário e potência suficientes no entanto fica aquém do que a Tracer oferece. Além de a potência ser maior na Tracer, esta tem vários níveis de potência que se pode configurar no computador de bordo.

Isto acaba por permitir ao condutor ter uma mota mais suave e ao mesmo tempo mais agressiva que esta nova CrossRunner sendo apenas necessário carregar num botão. Em relação á motorização o meu voto recai sobre a Tracer, no entanto, há algo na Tracer que podia ser muito melhorado, na CrossRunner é viciante, que é a melodia de funcionamento. Existem acessórios como o escape akrapovic para a Tracer mas isto também implica um aumento da despesa. Quando nos habituamos a ouvir o VTEC a alterar a melodia é algo que passamos a fazer instintivamente tal é o gozo e prazer.

Depois de acelerar para ouvir o VTEC a disparar tive eventualmente que travar e neste campo ambas as concorrentes estão muito bem equipadas com uma forte travagem e equipadas com ABS. De notar que ambas têm controlo de tracção e na CrossRunner não tive oportunidade de testar.

Em andamento não senti confiança nos pneus e quando voltei do test-drive reparei que são Pirelli. Achei a traseira muito solta.

crossrunner pneu

 

Por fim fica um video do funcionamento da CrossRunner.

 

Em conclusão a CrossRunner é uma proposta com todas as caracteristicas que a Honda nos tem vindo a habituar. Tem uma qualidade de construção irrepreensivel e um comportamento exemplar.

Recomendaria com facilidade mas o motor e ciclistica levariam-me a comprar a Tracer.

Honda VFR 800 X CrossRunner – Test-Drive

Num dia de passeio fui a Motodiana e foi me apresentada a CrossRunner 800. Conversa puxa conversa, agradeço desde já ao Dr. José Nunes por me proporcionar esta experiência, acabei por testar a mota à vontade durante uma tarde inteira.

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Falo por mim, mas eu quando me monto numa mota não sei quando é que me desmonto dela. Costuma-se dizer que quem corre por gosto não cansa e é bem verdade. Eu digo isto porque a mota foi me emprestada por volta das 13h e só a devolvi as 17h. Isto quer dizer que passei 4 horas em cima da mota a andar pela cidade de Évora e arredores.

Não pensava que fosse possível conseguir estar 4h na mota sem que sentisse fadiga mas foi o oposto o que aconteceu. Primeiro não dei pelas horas e segundo quando a entreguei estava perfeitamente bem. Foi uma agradável surpresa.

Posso dizer que é um excelente mota desde o motor à ciclística. Fiz 100km á volta da cidade de Évora e arredores. Eu na verdade nem queria acreditar que era possível fazer tantos km a volta da cidade mas eles estavam lá no mostrador.

Quando nos sentamos na mota notamos que a posição é mesmo muito confortável embora os pés estejam um pouco chegados para trás. Temos a coluna direita e os braços ao nível dos cotovelos. O painel de instrumentos é completo e tem todas as informações necessárias.

Não tem muita protecção aerodinâmica mas como estamos um pouco sentados abaixo do depósito, ou então é o depósito que está um pouco elevado, o design da mota dá-nos uma boa protecção do vento. Existem acessórios para elevar o painel frontal o que ainda permitirá maior protecção.

O motor é excelente, tem um cantar que nos faz rodar o punho com força e os cavalos fazem-se notar. Apenas estranhei as mudanças terem uma relação muito curta. Para chegarmos aos 120km/h tem que se meter muitas mudanças e a primeira e segunda velocidades levantam a roda da frente de acelerador.

A travagem é bastante potente e agradável.

Embora fosse um dia de calor a Honda fez um trabalho notável ao nível das pernas onde não notei nenhum incomodo com o calor proveniente do motor.

A conclusão é que este modelo só peca pela mudanças de relação curta da caixa de velocidades, eu digo isto porque, na estrada as rotações do motor serão maiores o que se fará notar nos consumos pois o motor esta com rotações mais elevadas.

Contudo é uma moto que recomendo com facilidade.