Claramente esta proposta da Honda é um exercício estilístico que apenas marcas como Honda podem fazer. Neste caso podemos aplicar a velha expressão – “Não é para quem quer! – É para quem pode!” e a Honda pode. Digo isto porque 80% dos possíveis clientes não irão comprar pelo design, já que nem toda a gente quer andar com a mota do Batman na rua.
Mas é lógico que desperta curiosidade e quero agradecer à Motodiana a oportunidade de a testar e de facto senti-me especial enquanto circulava pelas ruas da cidade de Évora e toda a gente ( pelo menos as que ligam um pouco a veículos de duas rodas ) reparava que ali estava um veiculo verdadeiramente especial na sua essência estilística.
Quem já leu os meus testes sabe que não tenho simpatia por este tipo de mota, “custom”, mas esta Vultus é especial e a Honda modificou a posição de condução um pouco, chegando as peseiras mais para trás. Logo não ficamos com as pernas muito esticadas para frente sendo mais confortável.
A primeira característica que salta á vista é a altura do banco. Posso afirmar que é a mota mais baixa que conduzi até hoje.
Sento-me e encosto-me ao acento do passageiro que se pode subir e servir de encosto para as costas. Confesso que parecia que estava no sofá, senti-me realmente confortável.
O senão disto tudo é que os sofás não foram feitos para curvar, e aqui não posso deixar de me rir um pouco pois todas as curvas que fiz foram em pânico e explico o porque:
– a cada curva olhava para as peseiras e parecia que ia deixar metade da peseira no asfalto devido à ridícula altura ao solo da peseira.
– A agradável posição sentado e encostado não permite ter a maleabilidade necessária para curvar, simplesmente não dá.
A juntar a estes problemas começam a surgir dolorosas pancadas, devido ás irregularidades da estrada, nas costas. Tinha que me desencostar para aliviar as costas. Mas depois do teste foi me mostrado que o encosto das costas, que é o banco do passageiro, tem várias posições, no entanto, não fiquei muito convencido.
Acho que era de esperar e só posso confirmar que não é uma mota confortável.
Sentado no “sofá” olho para o cockpit e aprecio o bonito painel de instrumentos com várias cores e toda a informação necessária. Na verdade é um painel digno desta mota pois está ao nível do resto do conjunto.
Em termos mecânicos é igual a uma Integra 750 á excepção do pneu traseiro que é muito maior. 200 em vez 160 e o frontal que é 18″ em vez de 17″.
Por fim não posso de deixar de tirar o chapéu ( novamente ) ao design. E faço referência aos dois espaços de arrumação ( 1 deles pode ser trancando com a chave de ignição como se pode ver na imagem anterior no canto inferior esquerdo ) que se situam na parte da frente da mota.
Não tem muito espaço mas dá para o livro de instruções.
Em conclusão vou recomendar esta proposta da Honda para quem queira uma mota para exibição e para esse efeito é do melhor que há! Se eu tivesse uma empresa muito provavelmente iria adquirir esta mota para publicidade ou outras actividades. De certo chamaria a atenção.
Agora para fazer uma viagem a minha opinião é que não dá.