O test drive de hoje é à renascida Honda Africa Twin.
Não sou apreciador do estilo trail porque, como já tinha referido em outros testes, não gosto da posição de braços abertos. Até tinha pena de não ponderar ter a excelente Crosstourer como mota devido a este pormenor até que …
Aparece a Africa Twin!! Confesso… fiquei fã, digo fã, porque é difirente de gostar! Com a Africa Twin ficamos fãs da mística e magia associado a este nome. Quando acabei o test-drive rompeu imediatamente uma frase ao meu pensamento, pensei.. – ” eles conseguiram…”.
Falo pois de todas as pessoas envolvidas na criação deste fantástico modelo, conseguindo superar o desafio proposto e construir uma das melhores motas da actualidade. Dito isto, anseio por experimentar a versão com DCT que como todos sabem sou fã.
Agradeço, antes de mais, à Motodiana por permitir o teste à Africa Twin.
Ok, voltando ao test-drive, as primeiras impressões que saltam a vista é realmente o seu design. Não acredito que esta mota passe despercebida em algum lugar. Eu diria mesmo que não é uma qestão de ser bonita ou feia, é mesmo uma questão de perfeição e acho que quem já olhou com “olhos de ver” para esta proposta da Honda repara que está tudo no sitio certo, nada é em exagero, nada está fora do lugar. Por exemplo, o depósito nem é grande nem pequeno, é o tamanho ideal. O motor nem está muito despido nem muito tapado, está mesmo no ponto ideal para ser bonito e prático. Temos ainda o escape muito bonito e com um som espectacular, as luzes de led, entre outros pormenores.
Já vi inúmeras pessoas que chegam ao pé da Africa Twin e dão pelo menos duas voltas à sua volta olhando com prazer para todos os pormenores.
Em suma o seu design, na minha opinião, é dos mais bem conseguidos e perfeitos que vi até hoje, dado o tipo de mota que é.
Rápidamente subi para cima dela e senti-me muito confortável, o guiador não é muito largo, como eu gosto, e os pés chegavam perfeitamente ao chão. Já a meio do test-drive tive que deslocar a AfricaTwin e fiquei surpreendido pois não pareceu tão pesada e consegui fazer a manobra que pretendia com facilidade.
O painel de instrumentos é futurista e totalmente digital. Tem todas as informações necessárias e de fácil leitura.
Inicio o motor e um agradável som encorpado enche o espaço do concessionário da Motodiana. Assim que arranco noto logo que o motor tem um binário invejável permitindo manobrar a AfricaTwin ao ralenti. Durante o test-drive notei algo que não interfere no andamento mas que por vezes é um pouco desagradável, a baixa rotação notei que o binário sente-se de forma violenta em toda a mota. Isto acontece pois este motor tem mais binário que cavalos e é um motor que privilegia as baixas rotações. Dei por mim a aproveitar a faixa de rotações entre as 3800 rpm e 4500rpm onde o som era mais espetacular e o binário se evidenciava.
Os primeiros quilómetros foram feitos em estrada e aqui foi a minha segunda surpresa proporcionada pela Afraca Twin. A ciclistica é suave e precisa, dei por mim a apreciar todos os segundos e cms de cada curva. Para ser sincero não estava à espera de tal sensibilidade e prazer de curvar o que me deixou muito impressionado. O trabalho na ciclistica é deveras impressionante.
Desde o começo que pensei que o test-drive teria que ter um percurso fora de estrada e lembrei-me de aproveitar e visitar um sitio que já não visitava à bastante tempo. Falo do Cromeleque dos Almendres ( que recomendo vivamente visitar ) que tem um percurso de terra batida até lá chegar. No meu ver, perfeito para eu testar a AfricaTwin.
Impressionante a rigidez do chassis e a qualidade das suspensões que absorvem todas as irregularidades do piso. O motor é sublime e dóssil quando o condutor precisa e explosivo quando o pulso direito assim o ordena. Dei por mim a rir em algumas curvas onde a traseira insistia em sair fora da trajectória. Um pequeno toque de acelerador e os power slides tornavam-se uma realidade. Um vício autêntico, era capaz de ficar o dia todo a fazer isto, pensava eu enquanto conduzia a AfricaTwin.
Quando circulei no alcatrão achei os travões um pouco suaves, exigindo que aplica-se um pouco mais de força para sentir uma travagem mais forte, no entanto, quando passei para a terra vi que este comportamento tinha um propósito pois o nível de aderência é completamente diferente e a partir desde ponto percebi a maneira como está afinado é na verdade perfeito para não termos nenhum susto em terra batida pois podemos dosear a força da travagem com muita precisão.
Em relação aos pneumáticos, no alcatrão não desiludiram e fora de estrada também não mas para fora de estrada não tenho termos de comparação.
Por fim confirmo tudo o que de bom se tem dito desta proposta da Honda e quero muito testar a versão com DCT.
Recomendo com facilidade.
Fica um video da AfricaTwin ( walkarround )